Conforme
orientação do Júlio, acordei às 5:30 da manhã para ver os quetzales. Sai no
escuro e dei de cara com vários hóspedes já acordados, perambulando ao redor da
pousada feito zumbis. O dia clareou e para decepção de todos, nenhum quetzal.
Só
me restava tomar café e partir para Panajachel.
Fui
para a parada de ônibus e comecei a conversar com um senhor que estava indo
para Cobán e que me informou que ali não passava nenhum ônibus para San
Cristóbal Verapaz e que eu teria que descer em Santa Cruz Verapaz (ai,ai,ai, a
viagem mal havia começado e o roteiro do Júlio já estava furado). Em Santa Cruz
Verapaz havia um casal no ponto que estava indo para Santa Cruz de Quiche.
Perguntei se teríamos que ir a San Cristóbal Verapaz e eles me disseram que
não, teríamos que ir até a cidade de Uspantan e somente lá pegaríamos o ônibus
para Santa Cruz de Quiché. O micro ônibus demorou e quando finalmente veio,
estava lotado. O casal conseguiu embarcar, mas não havia mais lugar para mim. O
cobrador vendo a minha cara de tristeza, mandou as duas mulheres que estavam no
banco da frente com o motorista se espremerem e gritou: - “Venga, venga!”.
Rapidamente joguei minha mochila para dentro e consegui sentar de lado. A porta
fechou no meu traseiro e seguimos para Uspantan. Em 15 min minha perna já
estava formigando e eu não conseguia mover nenhuma parte do meu corpo. Em um
movimento brusco puxei a mochila que estava nos meu pés e consegui coloca-la no
meu colo. Assim, consegui reposicionar minhas pernas e me ajeitar melhor no
banco, mas mesmo assim metade do meu corpo estava do lado de fora da janela.
Estrada de terra, a poeira estava me cobrindo de branco. Amaldiçoei o Júlio por
ter me colocado naquela situação e no instante seguinte agradeci, pois começava
uma sequência de paisagens de tirar o fôlego. Montanhas, penhascos, cachoeiras,
vales cortados por rios cristalinos, estradinhas serpenteando as encostas.
Esqueci o desconforto e me senti como se estivesse voando sobre aquela
paisagem, como em um sonho. Infelizmente sem fotos, naquela hora era impossível
pegar a máquina fotográfica.
Muitas
horas depois chegamos em Uspantan e em seguida embarquei em outro micro ônibus
para Santa Cruz del Quiché, dessa vez consegui ir sentada dentro do veículo.
Mais algumas horas e ao chegar em Santa Cruz del Quiche já fui perguntando onde
pegar o ônibus para Panajachel. Quase cai dura ao saber que teria que pegar
mais 3 ônibus para chegar lá: Los Encuentros, Sololá e finalmente Panajachel.
Essas 3 viagens foram de chicken bus completamente lotados.
Para quem nunca viajou de chicken bus eu conto: tem um banco com dois lugares dos dois lados do corredor, mas eles colocam 3 pessoas em cada banco. Depois que duas pessoas sentam, só sobra um espacinho para o terceiro passageiro sentar com meia bunda, a outra metade fica no corredor. Meia bunda de um lado e meia bunda de outro, fecha o corredor. Só que não, tem pessoas em pé no corredor e mais o cobrador que precisa passar. É isso aí. No final das contas foram 6 ônibus para chegar em Panajachel às 16:00.
Almocei, contratei o transfer para ir a Chichicastenango no dia seguinte (US$ 12) e peguei o tuc-tuc para o Hostel El Sol, onde fiquei em quarto privativo com banheiro (US$ 22).
Chicken bus |
Los Encuentros |
Sololá |
Para quem nunca viajou de chicken bus eu conto: tem um banco com dois lugares dos dois lados do corredor, mas eles colocam 3 pessoas em cada banco. Depois que duas pessoas sentam, só sobra um espacinho para o terceiro passageiro sentar com meia bunda, a outra metade fica no corredor. Meia bunda de um lado e meia bunda de outro, fecha o corredor. Só que não, tem pessoas em pé no corredor e mais o cobrador que precisa passar. É isso aí. No final das contas foram 6 ônibus para chegar em Panajachel às 16:00.
Almocei, contratei o transfer para ir a Chichicastenango no dia seguinte (US$ 12) e peguei o tuc-tuc para o Hostel El Sol, onde fiquei em quarto privativo com banheiro (US$ 22).
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