sábado, 12 de abril de 2014

Panajachel via fim do mundo

Conforme orientação do Júlio, acordei às 5:30 da manhã para ver os quetzales. Sai no escuro e dei de cara com vários hóspedes já acordados, perambulando ao redor da pousada feito zumbis. O dia clareou e para decepção de todos, nenhum quetzal.
Só me restava tomar café e partir para Panajachel.

Fui para a parada de ônibus e comecei a conversar com um senhor que estava indo para Cobán e que me informou que ali não passava nenhum ônibus para San Cristóbal Verapaz e que eu teria que descer em Santa Cruz Verapaz (ai,ai,ai, a viagem mal havia começado e o roteiro do Júlio já estava furado). Em Santa Cruz Verapaz havia um casal no ponto que estava indo para Santa Cruz de Quiche. Perguntei se teríamos que ir a San Cristóbal Verapaz e eles me disseram que não, teríamos que ir até a cidade de Uspantan e somente lá pegaríamos o ônibus para Santa Cruz de Quiché. O micro ônibus demorou e quando finalmente veio, estava lotado. O casal conseguiu embarcar, mas não havia mais lugar para mim. O cobrador vendo a minha cara de tristeza, mandou as duas mulheres que estavam no banco da frente com o motorista se espremerem e gritou: - “Venga, venga!”. Rapidamente joguei minha mochila para dentro e consegui sentar de lado. A porta fechou no meu traseiro e seguimos para Uspantan. Em 15 min minha perna já estava formigando e eu não conseguia mover nenhuma parte do meu corpo. Em um movimento brusco puxei a mochila que estava nos meu pés e consegui coloca-la no meu colo. Assim, consegui reposicionar minhas pernas e me ajeitar melhor no banco, mas mesmo assim metade do meu corpo estava do lado de fora da janela. Estrada de terra, a poeira estava me cobrindo de branco. Amaldiçoei o Júlio por ter me colocado naquela situação e no instante seguinte agradeci, pois começava uma sequência de paisagens de tirar o fôlego. Montanhas, penhascos, cachoeiras, vales cortados por rios cristalinos, estradinhas serpenteando as encostas. Esqueci o desconforto e me senti como se estivesse voando sobre aquela paisagem, como em um sonho. Infelizmente sem fotos, naquela hora era impossível pegar a máquina fotográfica.

Muitas horas depois chegamos em Uspantan e em seguida embarquei em outro micro ônibus para Santa Cruz del Quiché, dessa vez consegui ir sentada dentro do veículo. 
Comércio a beira da estrada Guatemala
Comércio na beira da estrada

Viajante guatemalteco com suas galinhas
Um dos meus companheiros de viagem com suas galinhas






Mais algumas horas e ao chegar em Santa Cruz del Quiche já fui perguntando onde pegar o ônibus para Panajachel. Quase cai dura ao saber que teria que pegar mais 3 ônibus para chegar lá: Los Encuentros, Sololá e finalmente Panajachel. Essas 3 viagens foram de chicken bus completamente lotados.

Chicken Bus
Chicken bus
Los Encuentros
Los Encuentros









Sololá
Sololá
















Para quem nunca viajou de chicken bus eu conto: tem um banco com dois lugares dos dois lados do corredor, mas eles colocam 3 pessoas em cada banco. Depois que duas pessoas sentam, só sobra um espacinho para o terceiro passageiro sentar com meia bunda, a outra metade fica no corredor. Meia bunda de um lado e meia bunda de outro, fecha o corredor. Só que não, tem pessoas em pé no corredor e mais o cobrador que precisa passar. É isso aí. No final das contas foram 6 ônibus para chegar em Panajachel às 16:00.

Almocei, contratei o transfer para ir a Chichicastenango no dia seguinte (US$ 12) e peguei o tuc-tuc para o Hostel El Sol, onde fiquei em quarto privativo com banheiro (US$ 22).


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