Desci do ônibus para esticar as canelas e também para achar um lugar discreto para fazer xixi. O lugar era muito bonito, com muitas árvores e dali dava pra ver uma cachoeira.
Do lado direito, a encosta da montanha com algumas fontes onde o pessoal aproveitava para lavar o rosto e abastecer as garrafinhas. Do lado esquerdo, um barranco bastante íngreme que acabava nas margens do rio. Só havia um lugar plano e uma pequena moita que as pessoas usavam como banheiro. Fui para a moita e descobri que quem estava dentro do ônibus conseguia ver tudo lá de cima. Foi o primeiro xixi com platéia (entre muitos) ao longo dessa viagem pela Bolívia. E quer saber, não me senti constrangida. É libertador abandonar esse tipo de frescura. Quando voltei pra São Paulo, a minha prima até brincou comigo dizendo: “_ Vai tratando de se livrar desse espírito de chola! Não vai querer fazer xixi em plena Av. Paulista, heim?”
As horas demoravam pra passar e não havia previsão para a liberação da estrada. Muita gente caminhando pelo acostamento, alguns arrastando malas de rodinha, outros carregando melancias e laranjas que conseguiram comprar em algum sítio por ali. Em um determinado momento surgiu uma caminhonete com a caçamba cheia de peixes, provavelmente alguém que estava pescando nas imediações. Alguns peixes foram doados e as pessoas fizeram uma fogueira e assaram os peixes ali mesmo.
Lá pelas 16:00 começaram a passar os carros vindos do sentido contrário e às 17:00 finalmente reiniciamos a viagem.
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