Os paulistas que conheci no passeio ao Chacaltaya já haviam feito o tour por Uyuni e me recomendaram a World White Travel.
Uyuni |
Demorei para encontrar a agência e fiquei com receio de não conseguir fazer o tour naquele dia mesmo. Contratei o passeio por Bs 800. Daria para conseguir por 600 ou 700, mas já estava em cima da hora e não daria tempo para pesquisar em outras agências. Só deu tempo de comprar água e ir ao banheiro antes de pegar o 4x4. Fui a última a embarcar. No grupo Lise(francesa), Johannes(alemão), Pierre(francês), Ana(espanhola) e Adriana(colombiana). Todos falavam espanhol e a colombiana também falava português, pois já tinha morado um tempo em Florianópolis. Cada um veio por uma agência diferente, então não adianta muito escolher, porque as agências vão distribuindo as pessoas conforme vai sobrando lugar nos veículos.
O nosso guia era o Adélio, um boliviano que trabalha com turismo no salar há 9 anos. A princípio pareceu ser simpático, mas no decorrer dos 3 dias, revelou-se ranzinza e bastante autoritário. Mas não foi de todo ruim, foi um motorista impecável, não bebeu, dirigiu com cuidado e a cada lugar visitado explicou direitinho e contou coisas interessantes.
A primeira parada é no cemitério de trens, depois uma visita ao povoado de Colchani que vive da extração do sal e da venda de artesanatos diversos inclusive feitos com sal.
Cemitério de trens |
Extração de sal |
O almoço foi em um hotel de sal desativado. Ao lado do hotel tem bandeiras de vários países e também a escultura de sal alusiva ao Rally Dakar Bolívia.
Monumento Dakar |
Bandeiras de vários países |
Salar em setembro |
O lugar tá meio caído, tem muitas pichações e, por ser um ponto de parada obrigatório nos tours, o número de pessoas é grande. Tivemos que esperar um tempão até conseguir uma mesa.
Dica: Pode-se negociar com o guia para conhecer rapidamente esse local e ir almoçar em outro lugar no meio do deserto de sal. Soube de grupos que fizeram isso e achei bem mais interessante. Outra coisa, escolha bem o período para visitar o salar. A minha escolha não foi boa, final do período de seca, o salar estava marrom e pouco se via os relevos hexagonais. Também não é bom ir no período de chuvas (dezembro a março), porque os veículos não conseguem passar por lugares muito alagados. Acredito que o melhor período seja de abril a maio, quando o salar está bem branquinho e com algumas partes alagadas, formando os espelhos d’água.
Depois do almoço partimos para a última parada do dia: a Isla Pescado ou Incahuasi, uma ilha em meio ao salar formada por rochas vulcânicas e corais. Nessa ilha existem cactus milenares (eles crecem 1 cm por ano). Para visitar a ilha paga-se Bs 15. O pessoal não queria pagar e perguntaram para o Adélio se podiam entrar pela parte de trás da ilha. O homem se enfureceu, disse que se fizéssemos isso ele poderia perder a licença de guia e começou a xingar todo mundo. Eu concordo com a cobrança, afinal há um custo em manter um lugar preservado e bem cuidado para os visitantes e nada mais justo que cobrar a entrada, mas não precisava ter um ataque de fúria. Eu queria tirar fotos lá do alto e também precisava ir ao banheiro, então paguei e fui. O resto do grupo foi caminhar em volta. Ao retornarmos era visível o mau humor do Adélio, ele tinha certeza que o pessoal tinha entrado sem pagar, mas à noite eles me contaram que não entraram na ilha só foram tirar fotos do outro lado.
Isla Pescado ou Incahuasi |
Cactus gigantes |
Isla Pescado |
Vista do salar do alto da ilha |
Arco de coral |
Porta feita com madeira de cactus |
A casa em que ficamos era bem pequena e somente o nosso grupo passou a noite lá.
Depois do chá com bolachas resolvemos ir até o povoado para comprar uma bebida mais forte. Tudo escuro, ninguém nas ruas e a vila parecia um lugar mal assombrado. Entramos no único lugar que tinha luz: uma hospedaria. Para a nossa sorte havia um armazém na recepção. Compramos uma garrafa grande de rum e voltamos para o nosso hostel.
Depois do jantar o pessoal foi jogar cartas e eu fui tratar de tomar um banho (Bs 10). A Água não estava quente, mas o banho não foi tão sofrido quanto aquele do Hostal Alsigal.
Quando sai do banho, o rum já tava na roda. Bebi um pouco para me esquentar e aí começamos a jogar com a seguinte regra: quem perdesse tinha que beber um gole. O resultado não podia ser outro, quanto mais perdia, mais bebia e quanto mais bebia mais pateta ia ficando e, é claro, perdia de novo.
Acabou o rum, todos pra cama.
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